Estrutura conhecida como bagwall pode ser a solução para salvar muitas praias alagoanas, segundo especialista.
Uma estrutura em degraus, que consiste na utilização de formas geotêxteis preenchidas com concreto ou argamassa bombeado, conhecida como bagwall, pode ser uma solução para evitar que novas destruições ocorram em muitas praias alagoanas, como vem acontecendo em diversas praias do litoral Nordestino. Mês passado imagens de destruição de mansões na praia do Saco, em Sergipe, ganharam as redes socias, criando preocupação em muitos gestores. Recentemente, novas imagens de destruição de dezenas de barracas nas praias de Macapá e Maramar, em Luís Correia, litoral do Piauí, devido ao avanço das ondas do mar, lançou muitas interrogações no ar.
Engorda natural na Praia do Marceneiro
No Piauí, a bióloga Liliana Souza, que vem acompanhando a agravar da situação do litoral explicou: “É uma estrutura de baixo custo. São sacos de areia, ou outro material, colocados em um formato que funciona como degraus, de forma que, quando a onda vem, ela perde energia gradualmente. Diferente de um muro reto, essa estrutura reduz a força da onda, evitando que ela destrua tudo. Essa solução já funciona em outros lugares e pode funcionar aqui nas praias do Estado´´.
Em Alagoas algumas praias já foram usadas com essas formas geotêxteis, que é de fundamental importância para garantir a rapidez dos serviços e garantir a resistência do concreto dentro d’água, durante a execução dos trabalhos. As praias de Bitingui, em Japaratinga, Costa Brava, em Paripueira, Barra Nova, em Marechal Deodoro e um trecho da Barra de São Miguel, além da Ponta Verde, em frente ao Lopana, em Maceió, são exemplos de sucesso.
Para Marco Lyra, engenheiro responsável pela empresa Ocean Protections, especialista em proteção costeira, responsável pela recuperação das praias mencionadas, se nenhuma medida for tomada, muitas praias alagoanas podem desaparecer. “Se não forem implementadas estruturas para dissipar a energia das ondas, como faz o bagwall, o Pontal do Peba, por exemplo, pode sofre severas consequências, como o povoado Cabeço, que simplesmente desapareceu. A tendência é que o nível do mar vá continuar subindo, especialmente com as mudanças climáticas e a urbanização”, ressaltou.